domingo, 6 de novembro de 2011

ciclos intermináveis de estranhamento


Acabei de assistir, novamente, o filme Crash: no limite que retrata de forma ímpar a sociedade americana e toda a sua estrutura humana multifacetada, pluricultural e permeada/entrecruzada de racismos, machismos, preconceitos, medos, intolerâncias [...] estranhamentos vários! Talvez não seja uma característica única da sociedade americana, mas de todos os países ocidentais modernos..
Interessante como o filme entrecruza as histórias de modo a demonstrar a interdependência entre as pessoas, suas histórias e seus discursos, muitas vezes autotraídos e paradoxais..
Demonstra como os estranhamentos em grande parte começam com situações banais da vida quotidiana (ou meros desconfortos da vida moderna), o que permite perceber o grau de intolerância que encobre a capacidade humana de resolver seus conflitos e, então, intensifica-se o ciclo de produção de dor e sofrimento.
O filme é um ótimo estudo de sociologia, tantos temas que a sociologia, a antropologia, a filosofia tem se proposto a estudar e tem dado tantas respostas convincentes e plausíveis, entretanto, vê-se o quanto a ciência é incapaz de resolver as questões da vida das pessoas, já que grande parte das pessoas não acessa esta ciência! E, assim, essa ciência se torna um conhecimento como mero objeto de desejo e contemplação acadêmica!
Ainda, como apresenta a ilha em si mesmo em que cada individuo se tornou, isolado e crente na sua autossuficiência livre e só! Maravilhoso!, se é que se pode dizer que a realidade da vida quotidiana de estranhamento entre seres pode ser tornar em uma obra artística tão bela.
Encerra o filme com dois elementos a se fazer referencia! O inicio de um novo ciclo de estranhamento por conta de um acontecimento banal e rotineiro e o desencadeamento de historias (infelizes) que se cruzam.. e também a musica do stereophonics “maybe tomorrow”:
I've been down and I'm wondering why
These little black clouds keep walking around with me,
With me
It waste time and I'd rather be high
Think I'll walk me outside and buy a rainbow smile but be free,
They're all free
So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home
I look around at a beautifiul life
Been the upperside of down
Been the inside of out but we breathe,
We breathe 
I wanna a breeze in an open mind
I wanna swim in the ocean
Wanna take my time for me,
All me
So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home 
So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home