Esta postagem é no sentido de analisar o
posicionamento da grande mídia nacional e os usos que fazem dos fatos ocorridos
e a formam como gestionam o poder da massa a produzir efeitos legislativos. Refiro-me
aos fatos ocorridos no dia 7 de abril deste 2011 na Escola no Estado do Rio de
Janeiro, os quais me dispenso de comentar, pois todos já tiraram as próprias conclusões,
ou pelo menos as conclusões que lhes foram colocadas (e era tudo o que a mídia precisava
para mais uma definição penal)!!
Em cobertura simultânea, a rede Globo já
inicia algumas e esparsas referências à algumas desqualificações do autor do
fato atribuindo o uso de barba, vida introspectiva e anti social etc..., um
processo de caracterização e caricaturização de um suposto atentado terrorista.
Coincidentemente a revista Veja, na edição da
semana anterior (ao evento) tinha como capa a aproximação do Brasil ao
terrorismo, sendo este um dos pontos do mapa para as estratégias terroristas,
apontando inclusive supostos indivíduos ligados a grupos vivendo legalmente no
Brasil.
E hoje, dia 11 de abril, na edição do
Jornal Nacional, seguramente o jornal mais assistido no país, chegam ao seu ápice
demonstrando trechos manuscritos pelo agente fazendo referências de cunho
religioso e citando o alcorão, assim como diversas outras tentativas de
atribuir uma aproximação muçulmana aos atos cometidos, em clara e aberta
tentativa de qualifica-lo como terrorista.
Sendo tal posicionamento odioso e cretino em
dois aspectos.. primeiro por tentar (e
consegue) manipular a opinião publica no sentido de assemelhar a cultura
muçulmana de forma leviana ao terrorismo, como é praxe na vida ocidental; e em
segundo, pelo fato de tirar conclusões igualmente precipitadas acerca do fato
citado, e isto sequer sem levar em conta que isto não faz parte de seu papel.
Mas o que me chama a
atenção é a nítida proposta que muito provavelmente se tornará realidade ou
positividade, o fato de uma futura e breve criação legislativa qualificando
atos assemelhados como terroristas (saliente-se que tal definição está a
espreita a algum tempo na legislação nacional) tornando, como se fosse
novidade, a mídia no mais novo Poder Legislativo e que não deixa a pauta em
espera, principalmente quando se trata de acirrar o poder punitivo.