A polêmica envolvendo os acontecimentos em
algum dia de BBB12 envolvendo uma participante e um rapaz, e supostas relações
sexuais (e toda a história que já é antiga e repetida) reacende uma discussão –
sobre a qualidade da televisão, seus programas, a necessidade de se regular o
que é transmitido, horários e público apropriado; ou ainda um suposto ou
discursado menosprezo pela inteligência do brasileiro –; questões que talvez
sejam importantes, mas que não tem levado a nada.
Inclusive, antes de começar esta postagem,
pensei muito, se o faria ou não; tal sentimento é despertado por diversos
motivos.. tendo em vista que o tal big brother Brasil desperta tantos discursos
pseudocríticos, quanto tem de adoradores que não mudarão sua opinião; enquanto
que a pseudocrítica discute enquanto a TV está ligada para as paredes
(sintonizada na Globo – produzindo audiência que é pecúnia); ainda, pensava em não
fazer esta postagem, por pensar ela, talvez, desprovida de fundamento e relevância
cientifica, ou mesmo reflexiva; muito embora tenha atrapalhado meus estudos por
certo período de tempo;
Mas, ao ouvir a música “channel n. 5” na
voz de Fernando Anitelli de O Teatro Mágico,
no show do cd “o segundo ato”; onde então, encontro o fundamento desta reflexão,
que está menos no BBB12, e mais na sociedade que a mídia é nada além de um
reflexo.
A música e a obra (vasta e maravilhosa de O
Teatro Mágico), permitem a reflexão de que o grande problema, não da mídia, mas
da sociedade brasileira e em grande parte mundial, é a perda da capacidade de
fantasiar; um homem chamado Eduardo Galeano falava em Direito ao Delírio; e
diversos teóricos da filosofia ou da sociologia falam na perda da capacidade de
pensar uma vida diferente da que existe; o que se traduz no deserto do real.
Esta herança cultural que se origina com a
epistemologia positivista e o racionalismo que permitiram a modernidade e sua
procedimentalidade técnico-mecanicista. Transformando a sociedade em incapaz de
delirar, de sonhar, de fantasiar; acreditando apenas no que podem ver se
materializar.
O problema é que, o
que tem se materializado diante de seus olhos são as imagens que a mídia fantasiosa,
falaciosa e maliciosa produz; e ainda, que tais imagens são mais irreais e irrealizáveis,
para a grande maioria, do que a sua imaginação poderia produzir.