sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A m(L)ente império Global e a incapacidade de imaginar uma vida diferente

A polêmica envolvendo os acontecimentos em algum dia de BBB12 envolvendo uma participante e um rapaz, e supostas relações sexuais (e toda a história que já é antiga e repetida) reacende uma discussão – sobre a qualidade da televisão, seus programas, a necessidade de se regular o que é transmitido, horários e público apropriado; ou ainda um suposto ou discursado menosprezo pela inteligência do brasileiro –; questões que talvez sejam importantes, mas que não tem levado a nada.
Inclusive, antes de começar esta postagem, pensei muito, se o faria ou não; tal sentimento é despertado por diversos motivos.. tendo em vista que o tal big brother Brasil desperta tantos discursos pseudocríticos, quanto tem de adoradores que não mudarão sua opinião; enquanto que a pseudocrítica discute enquanto a TV está ligada para as paredes (sintonizada na Globo – produzindo audiência que é pecúnia); ainda, pensava em não fazer esta postagem, por pensar ela, talvez, desprovida de fundamento e relevância cientifica, ou mesmo reflexiva; muito embora tenha atrapalhado meus estudos por certo período de tempo;
Mas, ao ouvir a música “channel n. 5” na voz de Fernando Anitelli de O Teatro Mágico, no show do cd “o segundo ato”; onde então, encontro o fundamento desta reflexão, que está menos no BBB12, e mais na sociedade que a mídia é nada além de um reflexo.
A música e a obra (vasta e maravilhosa de O Teatro Mágico), permitem a reflexão de que o grande problema, não da mídia, mas da sociedade brasileira e em grande parte mundial, é a perda da capacidade de fantasiar; um homem chamado Eduardo Galeano falava em Direito ao Delírio; e diversos teóricos da filosofia ou da sociologia falam na perda da capacidade de pensar uma vida diferente da que existe; o que se traduz no deserto do real.
Esta herança cultural que se origina com a epistemologia positivista e o racionalismo que permitiram a modernidade e sua procedimentalidade técnico-mecanicista. Transformando a sociedade em incapaz de delirar, de sonhar, de fantasiar; acreditando apenas no que podem ver se materializar.
O problema é que, o que tem se materializado diante de seus olhos são as imagens que a mídia fantasiosa, falaciosa e maliciosa produz; e ainda, que tais imagens são mais irreais e irrealizáveis, para a grande maioria, do que a sua imaginação poderia produzir.

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