terça-feira, 25 de janeiro de 2011

poema que surgem do recôndito das dores


Não poderia deixar de transmitir/repassar este poema, mas igualmente que remeter ao local onde obtive seu acesso. O blog do professor (mantido e alimentado por seus alunos, amigos e seguidores) Luís Alberto Warat, acessível no link: http://luisalbertowarat.blogspot.com/2011/01/entre-poesias-e-direitos.html



Tal poema é de autoria de Jumah al Dossari, um prisioneiro de 33 anos do Bahrain, que está em Guantánamo há mais de cinco anos e desde 2003 em regime solitário. Autoridades americanas dizem que ele já tentou o suicídio 12 vezes desde que foi preso. Tal poema foi retirado do Livro "Poemas de Guantánamo: os prisioneiros falam" do ano de 2007. 


Os sentimentos que transmitem, de tão profundos e obscuros, certamente não serão os mesmos sentidos pelo leitor, assim como as sensações que o leitor usufruirá, não é sentida por eles, há longos anos, e talvez sequer volte a ser!! 
Então vamos a um deles: 
Poema da Morte


Tome meu sangue

Tome minha mortalha e
Os restos de meu corpo.
Tire fotografias de meu cadáver no túmulo,
solitário.
Mostre-os ao mundo,
Aos juízes e
Às pessoas de consciência,
Mostre-os aos homens de princípio e os
justos
E deixe-os sentir o peso da culpa diante
do mundo,
Dessa alma inocente.
Deixe-os sentir o peso diante de suas
crianças e diante da história
Desta alma estragada, sem pecados,
Desta alma que sofreu nas mãos
dos 'protetores da paz'.

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