sábado, 4 de junho de 2011

Enquanto isso.. no Brasil – a errática linha do Estado Policialesco



Enquanto a Espanha vive um estado de efervescência da democracia, como bem coloca meu amigo Lucas, feita nas ruas, pelos verdadeiros detentores de seu poder, a população!... no Brasil se vive a proibição e repressão a manifestante que aderem à Marcha da Maconha e a sua discussão e reflexão.. pois é proibido não só consumir e defender, mas principalmente  pensar.. em um mundo diferente.

Neste sentido, gostaria trazer, com profundo pesar, mais um absurdo repressivista cometido no Brasil. A manifestação dos bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, que terminou com a prisão de praticamente todo o contingente de manifestantes e pertencentes à corporação militar.
Estranhamente (ou nem tanto), tal ação policialesca se volta contra a própria corporação militar e policial, demonstrando que a luta não é contra o crime, ou o que quer que isso signifique, mas sim contra qualquer elemento corporeo ou não que ameace o sistema. O que não condiz em nada com o Estado democrático de Direito (e não que eu acredite que ele exista..até mesmo por este tipo de ação, que se torna cada vez mais frequente e rígida/violenta).

Mais estranhamente ainda, mas que em nada surpreende, é a declaração pública do Governador do Estado do Rio de Janeiro, denominando de criminosos os manifestantes, pouco tempo após ter ido a publico para enaltecer a ação policial no caso da escola, também comentado neste espaço.
A questão aqui não é defender a polícia, a corporação, os bombeiros.. ou qualquer atitude policialesca ou mesmo que a sociedade precisa de mais ou menos policiamento; mas simplesmente refletir acerca do absurdo que foi a repressão ao protesto de indivíduos, que antes de serem pertencentes à corporação, são seres humanos e necessitam de condições dignas para salvar a vida de pessoas, como a do governador. E essas condições de vida, no nosso mundo de consumo moderno líquido, não podem ser comprados e acessados com R$ 900 reais, aproximadamente, por mês; nem mesmo com as medalhas e honrarias públicas da corporação e do governo. E o quanto é errática a linha que divide a legalidade do crime e a sua rotulação e consequente ação enérgica e que pode se voltar contra qualquer um.. inclusive contra membros do próprio sistema que se tornam corpos  estranhos rapidamente  e devem ser eliminados/neutralizados.

Desejo que sejamos influenciados pela rebeldia, no sentido atribuído por Touraine, e que atualmente se localiza e pulsa na Espanha, e transformemo-nos nos pior dos monstros – a multidao, como propõe Antonio Negri !! 


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