Enquanto a Espanha vive um estado de efervescência
da democracia, como bem coloca meu amigo Lucas, feita nas ruas, pelos verdadeiros
detentores de seu poder, a população!... no Brasil se vive a proibição e repressão
a manifestante que aderem à Marcha da Maconha e a sua discussão e reflexão.. pois
é proibido não só consumir e defender, mas principalmente pensar.. em um mundo diferente.
Neste sentido, gostaria trazer, com
profundo pesar, mais um absurdo repressivista cometido no Brasil. A manifestação
dos bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, que terminou com a prisão de
praticamente todo o contingente de manifestantes e pertencentes à corporação
militar.
Estranhamente (ou nem tanto), tal ação
policialesca se volta contra a própria corporação militar e policial,
demonstrando que a luta não é contra o crime, ou o que quer que isso
signifique, mas sim contra qualquer elemento corporeo ou não que ameace o
sistema. O que não condiz em nada com o Estado democrático de Direito (e não que
eu acredite que ele exista..até mesmo por este tipo de ação, que se torna cada
vez mais frequente e rígida/violenta).
Mais estranhamente ainda, mas que em nada
surpreende, é a declaração pública do Governador do Estado do Rio de Janeiro,
denominando de criminosos os manifestantes, pouco tempo após ter ido a publico
para enaltecer a ação policial no caso da escola, também comentado neste
espaço.
A questão aqui não é defender a polícia, a
corporação, os bombeiros.. ou qualquer atitude policialesca ou mesmo que a
sociedade precisa de mais ou menos policiamento; mas simplesmente refletir
acerca do absurdo que foi a repressão ao protesto de indivíduos, que antes de
serem pertencentes à corporação, são seres humanos e necessitam de condições
dignas para salvar a vida de pessoas, como a do governador. E essas condições de
vida, no nosso mundo de consumo moderno líquido, não podem ser comprados e acessados
com R$ 900 reais, aproximadamente, por mês; nem mesmo com as medalhas e
honrarias públicas da corporação e do governo. E o quanto é errática a linha
que divide a legalidade do crime e a sua rotulação e consequente ação enérgica
e que pode se voltar contra qualquer um.. inclusive contra membros do próprio sistema
que se tornam corpos estranhos
rapidamente e devem ser eliminados/neutralizados.
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