Conforme solicitação do prof. Salo de
Carvalho, em seu blog (anti-blog de criminologia), repasso e divulgo a campanha do Governo Federal contra a
violência de gênero.
Tal campanha não se fundamenta em qualquer veículo
punitivo, como é a praxe, mas sim através de um processo de des-subjetivação da
submissão do gênero feminino. Um processo de desconstrução do estereótipo
construído juntamente com a sociedade organizada "politico-varonicamente".
Nesse sentido, gostaria ainda, de trazer a
reflexão possibilitada através de Negri e Hardt (IMPERIO, 2006) mais uma vez,
no que diz respeito à comunicação dos processos de luta. E tenho certeza que é
neste sentido que o prof. Salo pede a divulgação da campanha. Tendo em vista
que a maneira difusa e em rede na qual funciona o sistema de opressão moderna,
somente através de uma luta engajada e interconectada para fazer frente! Assim colocam
os autores:
Deveríamos
ser capazes de reconhecer, em outras palavras, as características
fundamentalmente novas que essas lutas apresentam, apesar de sua diversidade
radical. Primeiro, cada luta por intermédio de condições locais firmemente
arraigadas, salta imediatamente para o nível global e ataca a constituição
imperial em sua generalidade. Segundo, todas as lutas eliminam a distinção
tradicional entre conflitos econômicos e políticos. As lutas são ao mesmo tempo
econômicas, politicas e culturais – e, por consequência, são lutas
constituintes, que criam novos espaços públicos e novas formas de comunidade
(NEGRI; HARDT, 2006: 74-5)
Nesta linha ainda, gostaria de repassar o artigo “DOMINAÇÃO MASCULINA E
PRISÃO: o contrato sexual e o encarceramento feminino” de autoria deste que
vos fala; publicado originariamente no sítio do Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais e fruto da pesquisa do Grupo Interdisciplinar e Trabalhos e Estudos
Criminais Penitenciários (GITEP/UCPel) que trata das sobrecargas de punição
sobre a mulher encarcarcerada na 5ª Região Penitenciária do Rio Grande do Sul;
e, o artigo “A globalização e a modernidade varônica”, de autoria deste que vos
fala em comunhão de esforços com outros colegas, apresentado no Seminario Permanente
de Derechos Humanos “Xavier Gorostiaga” (2008). Ambos acessíveis através deste
blog (em sua aba esquerda), e apresentam uma abordagem acerca da problemática
de gênero e sua violência invisível.
Desta forma, busca-se fortalecer o conhecimento e a capacidade reflexiva em torno da problemática de gênero, e também fazer ecoar as lutas que são travadas diariamente por homens, mulheres e seus movimentos, e assim, poder combatê-la da mesma forma como foi criada, no corpo e na mente de cada indivíduo dotado de sua singularidade e alteridade!
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