Esta postagem surge após o amigo Lucas
Machado, que diga-se de passagem é colunista deste espaço, ter me enviado por
e-mail o material produzido pelo Governo do Equador. No mesmo sentido da
campanha brasileira, busca travar uma luta contra o patriarcalismo através da
tomada de consciência e da des-subjetivação da condição de dominado.
Assim, traz-se a divulgação deste material,
com o intuito de fortalecer e comunicar esta luta.
Neste sentido, gostaria de trazer ainda a
contribuição de Alain Touraine, que no ultimo ponto de sua obra “Um novo
paradigma: para compreender o mundo de hoje” (2007), o autor trabalha como
sendo a luta anti-patriarcal um dos estandartes da luta anti-imperial. Tendo em
vista diversos elementos que propiciam a esta luta a sua importância e
protagonismo.
Primeiro, pelo fato de que a Império foi
erigido a partir de relações hierarquizadas e verticais, o que produziu e
intensifica a problemática de gênero, se identificando a luta contra o império
e contra as suas dinâmicas sexistas.
Em segundo, o autor entende este movimento
(a-corpóreo), como sendo um dos principais exemplos da modalidade de luta que é
travada da modernidade líquida, sendo esta, uma sociedade do “fim do social”
como ele denomina.
Esta categoria que se apresenta, não como o
fim das instituições, mas sim como o fim da autonomia (ou até mesmo
antagonismo) da instituição frente aos seus membros. Devendo, na modernidade, a
mudança surgir e se desenvolver a partir dos indivíduos afetados, e obviamente
que a partir da tomada de consciência. E que muito bem poderá encarnar em
movimentos e instituições, mas nunca subtrair o protagonismo dos envolvidos.
O autor aponta ainda, que a luta anti-patriarcal,
talvez tenha sido uma das que mais avançou, residindo hoje, não na busca desta
ou daquela condição social, mercado ou politica, mas sim no próprio indivíduo,
o respeito às suas individualidades. Neste sentido, coloca o autor:
é reivindicando uma sexualidade
independente das suas funções de reprodução e de maternidade que as mulheres se
constituem verdadeiramente em movimento social e avançam o mais longe possível
– mais longe do que através da luta pela igualdade e contra a discriminação
(TOURAINE, 2007. p. 217)
A isto que o autor chama de retorno do
individuo a si mesmo, visando uma produção de autoconhecimento, auto respeito, produção
de alteridade, e proliferação de riqueza de heterogeneidades humano-culturais.
Para o autor, é esta consciência, de que
denomina de pós-feminismo, que permitirá a sociedade avançar e instaurar um
novo paradigma, passando-se da sociedade dos homens, para a sociedade das
mulheres, não num sentido de inversão de polos de dominadores e dominados, mas
num sentido de consciência dos seres de si mesmos e construção reconhecimento
de sujeitos, de diálogo de culturas, de um cosmopolitismo multicultural.
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