A presente postagem é no sentido de
realizar aqui uma reflexão de uma situação sobre a qual reflito há mais de um
ano, que se refere aos acontecimentos no Haiti em janeiro de 2010 e
posteriormente, em fevereiro no Chile... e essa postagem já fora pensada
diversas vezes e nenhuma delas concretizada..
Ocorrências as quais me refiro dizem
respeito aos terremotos que atingiram 7.0 e 8.8 na escala Richter e que
praticamente destruiu parte do Chile e aniquilou o que sequer existia no miserável
Haiti.
Esta postagem se materializa, após a
construção de um trabalho científico que levei à cabo nos meses de dezembro
(2010) e janeiro (2011) acerca de tais acontecimentos, mas objetivamente
trabalhando a enxurrada de pseudo-solidariedade
que surge após estes eventos. Solidariedade esta que se desvanece tão rápido quanto
surge, apresentando-se quase que como um imperativo humanista-ocidental e de
racionalidade burguesa..entretanto, tal situação se dá sem qualquer reflexão ou
análise da condição humana e ambiental; afinal de contas, isso pouco importa,
pois se trata de fenômenos naturais aleatórios, ou seja, que não escolhe as
suas vitimas!??
Errado, procuro apresentar e ouso afirmar a possibilidade
de o próprio paradigma de vida ocidental estar potencializando tais eventos,
quando, senão, criando-os.. após uma breve e singela pesquisa acerca de
fundamentos geográfico-químicos da produção de abalos sísmicos, encontrei
diversos elementos que podem produzir ou potencializar tais eventos, tais como:
extração de hidrocarbonetos (p.ex. petróleo); paralelamente a mesma fonte
informa como sendo um dos efeitos positivos dos terremotos a descoberto de
novas fontes petrolíferas; além de utilização de fertilizantes a base de nitrogênio
(em regra sintetizados laboratorialmente); soterramento de lixo (e a
consequente produção de pressão e gases), e o que mais se produz na modernidade
é lixo.
Muito embora tais abordagens se afastem da
minha área de estudo e analise (inclusive peço vênia aos especialistas por
alguma eventual impropriedade), utilizo alguns destes argumentos para afirmar
que a modernidade ao mesmo tempo que produz tais eventos (os quais denomino de
eventos humano-naturais), também produz as ações humanitárias e de ajuda burguesa
impensada, irrefletida; chegam e somem com a mesma velocidade, deixando de lado
as pessoas com seus sofrimentos reais e suas dores silenciosas (veja-se a
reportagem do periódico Espanhol El Pais sobre a situação das pessoas um ano após)
..enquanto a modernidade se debruça sobre uma nova catástrofe e a modernidade é
prodiga em propiciar ocupação para estes voluntários de plantão.
Ao tempo em que produzo este trabalho,
ocorrem os eventos humano-naturais no Japão, ademais, quando começava o
trabalho acerca do Haiti, ocorreram os desastres no Chile.. ou seja, caso não deixasse
esta ocorrência do Japão de fora da analise do artigo, talvez não conseguiria
o concluir.. e esta postagem serve a demonstrar que a análise continua viva..
Trago ainda o resultado de uma pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que demonstra o aumento, a
luz da naturalidade inexplicável, dos eventos sísmicos. Mas que perfeitamente
encontra fundamentos no paradigma de sociabilidade moderna.
Faço referência ainda, a uma breve
caracterização que procedi quanto ao recente histórico político social do Haiti
e do Chile, sendo este o representante do neoliberalismo e seu desenvolvimento na America Latina das
Veias Abertas, enquanto que aquele é o país das ilhas do Caribe que se abriu ao
ideário liberal, inclusive deixando de lado as próprias raízes culturais, que
se tornam mero folclore..
E coincidentemente o Japão não foge à esta
regra, sendo o samurai guardião do capital oriental. Motivo pelo qual se refaz a
análise e infelizmente se reforçam as hipóteses que tem se feito fato !!
Link da matéria sobre a situação atual do Haiti
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