sexta-feira, 25 de março de 2011

O revés ambiental ao paradigma da modernidade


A presente postagem é no sentido de realizar aqui uma reflexão de uma situação sobre a qual reflito há mais de um ano, que se refere aos acontecimentos no Haiti em janeiro de 2010 e posteriormente, em fevereiro no Chile... e essa postagem já fora pensada diversas vezes e nenhuma delas concretizada..

Ocorrências as quais me refiro dizem respeito aos terremotos que atingiram 7.0 e 8.8 na escala Richter e que praticamente destruiu parte do Chile e aniquilou o que sequer existia no miserável Haiti.

Esta postagem se materializa, após a construção de um trabalho científico que levei à cabo nos meses de dezembro (2010) e janeiro (2011) acerca de tais acontecimentos, mas objetivamente trabalhando a enxurrada de pseudo-solidariedade que surge após estes eventos. Solidariedade esta que se desvanece tão rápido quanto surge, apresentando-se quase que como um imperativo humanista-ocidental e de racionalidade burguesa..entretanto, tal situação se dá sem qualquer reflexão ou análise da condição humana e ambiental; afinal de contas, isso pouco importa, pois se trata de fenômenos naturais aleatórios, ou seja, que não escolhe as suas vitimas!??

Errado, procuro apresentar e ouso afirmar a possibilidade de o próprio paradigma de vida ocidental estar potencializando tais eventos, quando, senão, criando-os.. após uma breve e singela pesquisa acerca de fundamentos geográfico-químicos da produção de abalos sísmicos, encontrei diversos elementos que podem produzir ou potencializar tais eventos, tais como: extração de hidrocarbonetos (p.ex. petróleo); paralelamente a mesma fonte informa como sendo um dos efeitos positivos dos terremotos a descoberto de novas fontes petrolíferas; além de utilização de fertilizantes a base de nitrogênio (em regra sintetizados laboratorialmente); soterramento de lixo (e a consequente produção de pressão e gases), e o que mais se produz na modernidade é lixo.

Muito embora tais abordagens se afastem da minha área de estudo e analise (inclusive peço vênia aos especialistas por alguma eventual impropriedade), utilizo alguns destes argumentos para afirmar que a modernidade ao mesmo tempo que produz tais eventos (os quais denomino de eventos humano-naturais), também produz as ações humanitárias e de ajuda burguesa impensada, irrefletida; chegam e somem com a mesma velocidade, deixando de lado as pessoas com seus sofrimentos reais e suas dores silenciosas (veja-se a reportagem do periódico Espanhol El Pais sobre a situação das pessoas um ano após) ..enquanto a modernidade se debruça sobre uma nova catástrofe e a modernidade é prodiga em propiciar ocupação para estes voluntários de plantão.

Ao tempo em que produzo este trabalho, ocorrem os eventos humano-naturais no Japão, ademais, quando começava o trabalho acerca do Haiti, ocorreram os desastres no Chile.. ou seja, caso não deixasse esta ocorrência do Japão de fora da analise do artigo, talvez não conseguiria o concluir.. e esta postagem serve a demonstrar que a análise continua viva..

Trago ainda o resultado de uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que demonstra o aumento, a luz da naturalidade inexplicável, dos eventos sísmicos. Mas que perfeitamente encontra fundamentos no paradigma de sociabilidade moderna.


Faço referência ainda, a uma breve caracterização que procedi quanto ao recente histórico político social do Haiti e do Chile, sendo este o representante do neoliberalismo e seu desenvolvimento na America Latina das Veias Abertas, enquanto que aquele é o país das ilhas do Caribe que se abriu ao ideário liberal, inclusive deixando de lado as próprias raízes culturais, que se tornam mero folclore..

E coincidentemente o Japão não foge à esta regra, sendo o samurai guardião do capital oriental. Motivo pelo qual se refaz a análise e infelizmente se reforçam as hipóteses que tem se feito fato !!

Link da matéria sobre a situação atual do Haiti

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